ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches é um dos grandes heróis da Segunda Guerra Mundial!

Como Cônsul de Portugal em Bordéus, entre maio e junho de 1940, viu-se confrontado com o desespero de milhares de pessoas que tentavam escapar aos horrores do regime Nazi. Pessoas que procuravam vistos para atravessarem de forma segura as fronteiras de França, Espanha e Portugal para, por fim, serem livres noutros pontos do globo.

O ato de consciência e coragem de Aristides de Sousa Mendes, desafiou ordens do governo de Salazar, que através da “Circular 14” impedia a emissão desses vistos. “Prefiro estar com Deus e contra os homens, do que com os homens e contra Deus”.

Num período de 12 dias, entre 12 e 23 de junho, Aristides emitiu milhares de vistos em Bordéus, Baiona e Hendaye. Este gesto heróico é considerado pelos historiadores, como um dos maiores salvamentos individuais do Holocausto.

Por esta decisão, Aristides de Sousa Mendes foi severamente punido por António de Oliveira Salazar, tendo sido suspenso de funções diplomáticas e proibido de trabalhar para sustentar a sua família. Viveu em condições frágeis até morrer na miséria em 1954.

Também a sua família, nomeadamente os seus 15 filhos, sofreram com esta punição. A “Casa do Passal”, lar dos Sousa Mendes, foi vendida em hasta pública 2 anos após a morte do Cônsul.

Em 1966, Aristides recebe do Yad Vashem, em Israel, o título de “Justo Entre as Nações”, e em 1986 Mário Soares atribui-lhe o primeiro prémio póstumo, que desencadeia o processo de reabilitação do seu nome e honra. Em 2021, Aristides recebe as maiores honras da nação ao ser elevado ao Panteão Nacional, como um dos maiores portugueses da história!

Neste processo de justiça, faltava a reconstrução da “Casa do Passal”, que esteve 60 anos em ruína, para perpetuar este grande exemplo de Humanidade.